Quando se fala de educação internacional é importante ter em mente tudo aquilo que a pessoa vai em busca no exterior, seja para aprender um novo idioma, cursos de qualificação na área, ter experiência de trabalho e etc. O fato de se viver em outro país, já traz para o intercambista uma bagagem de conhecimento que o acompanhará para o resto da vida.
Além disso, o aprendizado de um idioma no exterior é 10 vezes maior em relação ao mesmo período estudado aqui no Brasil. Esse é o ponto principal do intercâmbio em outro país. Porém, muitos se cercam de dúvidas, tais como: por onde começar ou como proceder, qual o tipo de programa combina mais com o meu perfil?
Existem tantos outros questionamentos! Mas, é preciso entender o cenário e a hora certa de colocar em prática o sonho do intercâmbio. Para conhecer mais desse setor que cresce a cada ano, confere a entrevista com o especialista em educação internacional e carreira Marcelo Melo.
IE Intercâmbio: O que as pessoas precisam entender sobre Educação Internacional e Carreira?
Marcelo Melo: O ponto de partida é: eu falo inglês? Não! Eu não falo! Então vou começar estudando inglês. Por quanto tempo? Pelo tempo que eu tiver de disponibilidade para estudar o meu nível de inglês. Se o nível de inglês é muito básico, um mês não vai fazer milagre! Se o nível de inglês é intermediário quase avançado, um mês vai fazer toda a diferença!
A educação internacional pode vir também em forma de certificado na área, seja graduação ou pós em um país que poderá ainda trabalhar. É na área dela? Não é! Mas, qual o objetivo dela em termos de carreira? O estudo de inglês com a possibilidade de ter uma experiência de trabalho!
IE Intercâmbio: Cria-se muita expectativa sobre estudar e trabalhar em outro país. Mas, o que o intercambista precisa primeiro desconstruir antes de embarcar no exterior?
Marcelo Melo: O programa de estudo e trabalho é para recém formado ou quem está desempregado, ou, não tem opção de grana e, para ficar um tempo maior fora, vai ter que estudar e trabalhar em ofertas temporárias. Significa o quê? trabalhar em locais ligados à turismo e mão-de-obra de uma maneira geral.
Nesse caso, é preciso estar ciente que o tipo de trabalho estará diretamente ligado ao nível de inglês que a pessoa tem. Mas, para um estudante que acabou de se formar, a experiência de trabalhar no exterior, mesmo que seja em algo temporário, vai somar muito na carreira quando retornar ao Brasil.
IE Intercâmbio: Fale um pouco das profissões mais procuradas no exterior e por quê?
Marcelo Melo: O nosso forte não é fazer com que a pessoa encontre uma oferta de trabalho no exterior. É muito mais orientar aquelas que estão no mercado de trabalho aqui e buscam se qualificar melhor na área delas. É mais interessante verificar quais são as áreas no Brasil que mais buscam oportunidades no exterior.
Eu diria de uma maneira geral: todas as áreas precisam falar inglês. Não dá para dizer que essa ou aquela área busca mais. Se você falar arquitetura, medicina, direito, administração, jornalismo, turismo…todas as pessoas de diversas áreas têm seus bons motivos para desenvolver o idioma ou, até mesmo, alguma habilidade técnica na área dela.
IE Intercâmbio: Muitos brasileiros têm se preocupado com a instabilidade política e econômica do país, isso é um fator que impulsiona ainda mais a procura por uma qualificação internacional?
Marcelo Melo: Sem dúvidas, isso está totalmente ligado! Para se ter uma noção, de 2013 à 2016 o dólar estava muito elevado e economicamente as pessoas estavam muito fragilizadas, se sentindo desamparadas e sem otimismo no Brasil. Muitos brasileiros fizeram qualquer negócio para ter a chance de estudar fora e permanecer por lá mesmo.
Nessa época, o desemprego atingiu níveis de 4 milhões e muita gente pegou rescisão para apostar em algo que não fosse aqui no Brasil. Por isso, houve uma mudança na idade de público que passou a não ver opções aqui e resolveu investir na educação fora, pois é uma excelente porta de entrada. Muitos brasileiros têm, sim, essa esperança!
IE Intercâmbio: Quais são os tipos de programas oferecidos para quem deseja investir em educação internacional e carreira? E como eles funcionam resumidamente?
Marcelo Melo: O programa mais procurado para educação é o de aprendizado de idiomas, e o inglês, sem dúvida, é a língua universal que as pessoas mais buscam. Em outros estágios você vai ter ali, os programas de certificação, de diplomas que são equivalentes à cursos técnicos ou tecnológicos aqui no Brasil.
É óbvio que a universidade vem crescendo muito porque está se tornando mais acessível e também em alguns países é um excelente facilitador para a pessoa conseguir uma oferta de trabalho que fique lá para sempre, como é o caso do Canadá!
IE Intercâmbio: Existem países que oferecem opções para a pessoa estudar e depois se tornar um cidadão. Ou, para a pessoa estudar e conseguir trabalhar na área dela?
Marcelo Melo: Os principais que disponibilizam essa oportunidade são: Canadá e Nova Zelândia!
A universidade canadense permite que o aluno possa concorrer como nativo a uma vaga de emprego, após um ano de estudo. O que chama atenção é que com dois anos completos no Canadá, esse estudante pode dar entrada e aplicar para um visto de trabalho e continuar naquele país para, quem sabe, até virar um cidadão.
A Nova Zelândia, tem vários tipos de opções, uma dessas é se cursar a partir de 33 semanas, o estudante consegue aplicar para um visto de dois anos trabalhando nesse país. O que pode emendar para diversas oportunidades de trabalho até mesmo na área da pessoa.