João Alexandre tem 50 anos de idade é gerente de recursos humanos e após ficar desempregado em maio de 2017, resolveu dar a volta por cima fazendo um intercâmbio. Mesmo ouvindo dizer que isso era para pessoas mais jovens, ele não se intimidou e arrumou as malas para desembarcar no Canadá. O objetivo: aprimorar o inglês e realizar o sonho de quando ainda era adolescente.
Segundo ele, procurou a IE Intercâmbio do Rio de Janeiro para ver os pacotes de viagem para o filho. Mas, foi lá que pensou na possibilidade de também viver essa experiência cultural. “Casei para depois estudar. Cheguei em casa e expliquei para a minha mulher que eu sempre quis fazer um intercâmbio. Quando eu era mais jovem, não pude realizar por questões financeiras”, disse.
O intercâmbio
Comunicativo, confiante e focado na experiência que iria viver, João desembarcou em agosto de 2017 em Toronto, a cidade canadense mais cosmopolita. O intercambista ficou hospedado em uma casa de família (homestay). O curso escolhido foi com a duração de um mês e, na sala de aula, conviveu com pessoas de todas as idades.
“As pessoas ficavam assustadas quando viam um cara de 50 anos fazendo intercâmbio. Mais da metade da escola era composta por jovens. O legal de tudo isso é que todos se admiravam com a minha história. Me apoiaram e pude fazer muitos amigos”, relembrou.
João aproveitou o intercâmbio para explorar lugares, fazer tours e conhecer amigos de toda a parte do mundo, uma vez que, o Canadá é um destino bem diversificado com pessoas de várias nacionalidades. Além disso, o aluno conta que não perdia os happy hours e se divertia com a turma.
Passaporte vencido
Essa não foi a primeira viagem internacional de Alexandre. Ele já tinha viajado para os Estados Unidos com a família para visitar a Disney e fez pós-graduação na Argentina, mas tudo por conta da empresa onde atuava. Porém, ao fechar o intercâmbio, descobriu que o seu passaporte estava vencido e a Polícia Federal tinha entrado em greve.
“Muitas pessoas desistiram de ir para fora do Brasil por conta disso e eu pensei que não conseguiria viajar. Algo que seria praticamente impossível devido a situação, aconteceu: consegui solicitar um passaporte de emergência. Foi aí que eu entendi que realmente essa era a minha hora de fazer o intercâmbio”, falou aliviado.
Intercâmbio não tem idade
Depois que o gerente de recursos humanos voltou para o Brasil, foi a vez do filho dele também aproveitar a vivência internacional. “Meu filho está nos EUA fazendo o programa work experience com a missão de trabalhar, fazer contatos, buscar um emprego pelo seu desempenho e, quem sabe no futuro, passar morar lá por conta própria”, disse.
A mensagem que João deixa para as pessoas que querem vencer tabus e viver essa experiência além das fronteiras parece até clichê: “Nunca é tarde para você realizar seus sonhos”. Mas, ele reforça… “Viajar para o exterior é realmente uma realização que a gente volta com a vontade de tornar o nosso país melhor e poder contribuir para isso”, finalizou.